A Cegonha e a Tartaruga

(…) Lá foram então as duas, uma pela água e outra pelo ar. Depressa chegaram ao destino. Uma gruta simpática, coberta de algas por fora e muito bem arranjada por dentro.

Areia fofa, conchas, búzios e livros. Livros a não acabar mais! Uns de capa dura, outros de capa mole, com desenhos maravilhosos ou quase sem desenhos nenhuns, pequenos, médios, grandes, finos, grossos, delicados, resistentes, mínimos e descomunais!

– O segredo está aqui, na minha biblioteca. Não me desloco, mas viajo pelos caminhos da leitura. Só preciso de óculos, de curiosidade e de imaginação!

A cegonha estava encantada. Folheou ao acaso e, sem grande esforço, descobriu logo pormenores deliciosos nas legendas das figuras.

_ Que engraçado! Diz aqui que a ave mais rápida do mundo e o falcão-peregrino. Não fazia a mínima ideia de que ele pode atingir 300 quilómetros por hora!

– E se reparares nas outras imagens, ficas a saber que o caracol tem olhos nas antenas e que o lobo cinzento da América come alces, coiotes e coelhos, aos oito quilos de cada vez. (…)