Este é o título da exposição de 241 fotografias que retratam, de modo resumido, a vida e a obra da célebre artista mexicana Frida Kahlo (1907-1954). Além das fotos, há igualmente um documentário que merece a pena pelo retrato mais intimista que se consegue da artista. Trata-se de uma exposição que os alunos do 11.º K do Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco visitaram no dia 16 de outubro no âmbito da disciplina de Espanhol. Tal exposição, patente entre 6 de julho e 4 de novembro de 2018, decorreu no Centro Português da Fotografia na cidade do Porto, curiosamente no mesmo edifício onde funcionou a Cadeia da Relação e onde Camilo Castelo Branco esteve preso cerca de um ano com a sua amante Ana Plácido. Camilo Castelo Branco, apaixonado por Ana Plácido, que era casada com um negociante importante da época, decide atrai-la para uma relação adúltera e com ela fugir após alguns anos de amores escondidos. Acabaram presos, ele por rapto e ela por adultério, tendo sido absolvidos um ano depois por falta de provas.
Ora, foi neste espaço onde os alunos do 11.º K aprofundaram os seus conhecimentos culturais em torno do mundo hispanofalante. Frida Kahlo é o exemplo do amor à pátria, à língua e à cultura indígena. Porém, é também o exemplo de uma mulher avançada para a sua época, pelo facto de, desde cedo, ter sofrido a influência da cultura europeia (o seu pai era alemão). Cresceu também focada na tentativa de apoiar ideais revolucionários (sobretudo de influência russa) contra a ditadura que governava o seu país. Os saraus num ambiente multicultural eram habituais em sua casa, sobretudo depois do casamento com Diego Rivera, excelente pintor muralista que levou o nome do México além-fronteiras. O contacto com célebres artistas espanhóis, onde estudou e viveu entre 1907 e 1921, aperfeiçoou a sua técnica e os seus ideais. Tal como Diego Rivera, também Frida levou o seu país e a sua cultura ao estrangeiro, Nova Iorque e Paris, por exemplo, lugares onde expôs antes de o ter feito no seu país, algo que se verificou pouco tempo antes da sua morte, desejo antigo que se tornara realidade.
A exposição da vida e obra de Frida Kahlo é o exemplo da força da Hispanidade (cujo dia se celebra a 12 de outubro, dia em quem Cristóvão Colombo chegou à América), verificando-se que a influência mútua entre a Europa (através de Espanha) e a América Latina tornou o vasto mundo hispanofalante tão rico e interessante, que vale a pena conhecer e estudar.
Marcelino Leal
Coordenador de Espanhol
